Os nossos antepassados mais remotos viveram em cavernas. Suas primeiras habitações, aquelas que não foram construídas pela natureza foram taperas de pedra, pau e couro. E mesmo após o surgimento de civilizações sofisticadas, a maioria dos homens continuou morando mal. Mas devo admitir que, a Antiguidade nos legou monumentos arquitetônicos maravilhosos.
Entretanto, nunca é demais lembrar que a maioria dos habitantes da Pérsia, Grécia, Roma, Judéia, Assíria e outros povos da época eram escravos. Quaisquer que fossem suas nacionalidades, via de regra, os escravos não viveram nos palácios que construíram para seus senhores. Em Roma, por exemplo, a maioria dos plebeus (que eram homens livres) vivia em condições sub-humanas nos bairros pobres como a Suburra, descrita por vários autores antigos como o lugar mais infecto da cidade eterna. (Aprecio bastante a história da Antiguidade, diga-se de passagem.)
O fim da Antiguidade deu lugar à Idade Média. Mas em matéria de habitação as coisas não melhoraram muito para a maioria da população. Durante mais de mil anos os senhores feudais habitaram os castelos fortificados e os religiosos os mosteiros e igrejas de pedra. Os servos da gleba, coitadinhos, tinham que se virar nas taperas que construíam do lado de fora das muralhas dos feudos. Até aqui alguma coisa familiar? Bom, a precariedade das habitações no Brasil é maior. A razão disto é óbvia.
Quando os portugueses aqui chegaram os indígenas viviam em taperas. Os negros que para cá foram trazidos como escravos também moravam em cabanas na África. As favelas brasileiras nasceram com os descimentos e o esvaziamento das senzalas após a libertação dos escravos. Desde então tem crescido em razão da preservação da concentração de renda e do crescimento populacional. Os deslocamentos populacionais das regiões mais pobres também abastecem regularmente nossas favelas. A única coisa que reverterá a histórica tendência de favelização das cidades brasileiras é a redução da migração. Isto só ocorrerá com a industrialização dos rincões.
Quando o país for mais homogêneo e houver oportunidade de emprego e renda em todo território nacional os deslocamentos populacionais deixarão de ser estimulados pela necessidade econômica. Portanto não terão motivos para o êxodo. Nos Estados da região sul e sudeste o processo de interiorização da indústria já começou a ocorrer. A industrialização do centro-oeste, norte e nordeste têm sido mais lenta.
Portanto, a migração ainda será uma realidade por muito tempo com ou sem PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da habitação. De qualquer maneira o PAC tem a virtude de minimizar um problema. Para deixar-mos esse estigma que virou piadas para o resto do mundo, que o fanômeno das favelas é um produto "Made in Brazil". Das ações do governo Lula esta é a que pode ter um efeito maior e mais duradouro. É uma pena que tenha demorado tanto para ser implementada.
Entretanto, nunca é demais lembrar que a maioria dos habitantes da Pérsia, Grécia, Roma, Judéia, Assíria e outros povos da época eram escravos. Quaisquer que fossem suas nacionalidades, via de regra, os escravos não viveram nos palácios que construíram para seus senhores. Em Roma, por exemplo, a maioria dos plebeus (que eram homens livres) vivia em condições sub-humanas nos bairros pobres como a Suburra, descrita por vários autores antigos como o lugar mais infecto da cidade eterna. (Aprecio bastante a história da Antiguidade, diga-se de passagem.)
O fim da Antiguidade deu lugar à Idade Média. Mas em matéria de habitação as coisas não melhoraram muito para a maioria da população. Durante mais de mil anos os senhores feudais habitaram os castelos fortificados e os religiosos os mosteiros e igrejas de pedra. Os servos da gleba, coitadinhos, tinham que se virar nas taperas que construíam do lado de fora das muralhas dos feudos. Até aqui alguma coisa familiar? Bom, a precariedade das habitações no Brasil é maior. A razão disto é óbvia.
Quando os portugueses aqui chegaram os indígenas viviam em taperas. Os negros que para cá foram trazidos como escravos também moravam em cabanas na África. As favelas brasileiras nasceram com os descimentos e o esvaziamento das senzalas após a libertação dos escravos. Desde então tem crescido em razão da preservação da concentração de renda e do crescimento populacional. Os deslocamentos populacionais das regiões mais pobres também abastecem regularmente nossas favelas. A única coisa que reverterá a histórica tendência de favelização das cidades brasileiras é a redução da migração. Isto só ocorrerá com a industrialização dos rincões.
Quando o país for mais homogêneo e houver oportunidade de emprego e renda em todo território nacional os deslocamentos populacionais deixarão de ser estimulados pela necessidade econômica. Portanto não terão motivos para o êxodo. Nos Estados da região sul e sudeste o processo de interiorização da indústria já começou a ocorrer. A industrialização do centro-oeste, norte e nordeste têm sido mais lenta.
Portanto, a migração ainda será uma realidade por muito tempo com ou sem PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da habitação. De qualquer maneira o PAC tem a virtude de minimizar um problema. Para deixar-mos esse estigma que virou piadas para o resto do mundo, que o fanômeno das favelas é um produto "Made in Brazil". Das ações do governo Lula esta é a que pode ter um efeito maior e mais duradouro. É uma pena que tenha demorado tanto para ser implementada.
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