13 novembro 2011

Mídia golpista e o Ministério dos Esportes

Como o blog estava parado não tive a oportunidade de comentar os ataques ao ministro Orlando Silva e ao PCdoB, mas nunca é tarde para comentar algo tão deplorável como foi o desenrolar desses acontecimentos que acabaram por tirar Orlando do ministério.

Foram apenas 12 dias de histérica e criminosa campanha de calúnias operada por forças reacionárias defensoras de interesses escusos e que teve por veículo a mídia golpista antidemocrática e antinacional, o ministro do Esporte, Orlando Silva, que também é membro destacado do Partido Comunista do Brasil e de sua direção nacional, entregou o cargo.

“Defenderei minha honra com mais ênfase”, disse sereno e firme Orlando Silva, com dignidade, em coletiva à imprensa ao deixar o gabinete presidencial, onde se reuniu com a mandatária Dilma Rousseff no final da tarde do dia 26/10. Demonstrando elevado nível de compreensão política, agregou: “Nosso Partido não pode ser instrumento de nenhum tipo de ataque ao governo, por isso o resultado da reunião é que a melhor solução é me afastar”.

O PCdoB sai política e ideologicamente fortalecido do episódio, com a consciência tranquila e a convicção reafirmada na inocência, honestidade e integridade de Orlando Silva. As acusações que lhe fizeram revelaram-se falsas. Foram formuladas por fonte desqualificada que se encontra nas barras da Justiça respondendo por diversos crimes. E amplificadas pelos meios de comunicação interessados em fabricar crises políticas e criar um ambiente de instabilidade no país.

A gestão de Orlando Silva e do PCdoB à frente do Ministério do Esporte elevou esta pasta a outra dimensão, obtendo assinalados êxitos políticos e administrativos. Pôs em marcha programas sociais na área do esporte, que se somam ao conjunto das políticas públicas iniciadas por Lula e que têm continuidade agora com a presidente Dilma, e trouxe para o país eventos de dimensões mundiais, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Ressalte-se ainda as políticas aplicadas e o sucesso que alcançaram tanto em termos de difusão massiva de práticas desportivas, quanto nos recordes alcançados pelo Brasil em competições e o aumento do número de nossos atletas com nível de desempenho internacional, como fica evidente no desempenho da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos, em curso no México. Sem contar ainda, a defesa, da meia entrada para estudantes nos estádios, e a proibição da venda de bebidas alcoólicas dentro dos ambientes de jogos e aplicação do Estatuto do Idoso no evento.

A crise fabricada em torno do Ministério do Esporte seguiu o roteiro cínico e macabro que se repete nos últimos meses, com o qual as forças reacionárias do país, que têm na mídia conservadora e monopolizada o seu principal porta-voz, pretendem ditar a pauta política e condicionar as ações do governo.

No episódio fizeram-se ouvir também as vozes de tempos antediluvianos, sob a forma de um anticomunismo grosseiro verbalizado por direitistas empedernidos, mas não só. Também atacaram o partido dos comunistas, com linguagem abjeta, escribas que, sendo democratas e defendendo genericamente causas progressistas, em momentos de crise acabam revelando seu verdadeiro caráter. É algo próprio do burguês ilustrado e do social-democrata, um traço cultural de certos círculos políticos e intelectuais do Brasil, cujo poder corrosivo não se deve subestimar.

Ficou claro que não se tratou de um ataque exclusivo a uma figura impoluta como Orlando Silva e ao PCdoB. Na alça de mira dos reacionários e sua mídia está o próprio governo da presidente Dilma, que pretendem inviabilizar.

As forças políticas que conduzem o governo precisam tomar consciência disso, para não alimentarem a ilusão de que a demissão de Orlando Silva freia a ofensiva da direita. Esta e seus meios de comunicação continuarão fabricando calúnias e fomentando crises, pois seu verdadeiro objetivo é desestabilizar e, se puderem, derrubar o governo.

Não se pode nem se deve capitular a essas forças, ceder aos seus propósitos. A presidente Dilma tem autoridade, prestígio e força, credenciais para se pôr na contraofensiva e liderar, com os partidos progressistas, entre eles o PCdoB, a mobilização do povo brasileiro para aprofundar as conquistas políticas e sociais iniciadas por Lula e que ela está empenhada em prosseguir e aprofundar.

Os comunistas e seus quadros mais destacados, de cabeça erguida, seguem na sua trincheira de luta, cada vez mais empenhados nos esforços para construir um Brasil democrático, soberano, progressista, na perspectiva do socialismo.

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